7°ano

A organização dos seres vivos
Conhecendo a célula
            Animais e plantas são seres pluricelulares, quer dizer, são formados por muitas células, Nosso corpo, por exemplo, é formado por um número muito grande de células: cerca de 65 trilhões. Mas existem também seres formados por uma única célula: são os chamados seres unicelulares. Esses seres só podem ser vistos com o auxílio do microscópio, um instrumento que você vai conhecer mais adiante.
            Apesar de ser muito pequena, a célula pode ser estudada com algumas técnicas e instrumentos, como o microscópio de luz ou óptico, que possui várias lentes de aumento e amplia a imagem da célula.
A célula é viva
            A teoria celular é a idéia de que todos os seres vivos são formados por células e que toda célula vem sempre de outra célula.
            A parte da Biologia que estuda a célula é denominada Citologia. Essa ciência é fundamental para a compreensão do funcionamento dos organismos, além de ter aplicações importantes: o tratamento de muitas doenças depende do conhecimento acumulado sobre a célula.
Por dentro da célula
            A célula é formada por diversas partes, que funcionam em conjunto e a mantém viva. As três principais partes da célula são: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo.
            A função da membrana plasmática é controlar o que entra na célula e o que sai dela. Facilita a entrada de substâncias úteis à célula, como a glicose, um açúcar. Essa membrana é tão fina que não pode ser vista com o microscópio óptico. A membrana das células vegetais é envolvida pela parede celular, que é dura e ajuda a sustentar a célula.
            O citoplasma é um material gelatinoso formado por água, sais minerais e outras substâncias. Nele encontram-se as organelas, que realizam diversas funções dentro da célula. Na célula da planta há também o vacúolo, uma cavidade cheia de líquido, e os cloroplastos, organelas de cor verde que realizam a fotossíntese.
            No núcleo existem minúsculos fios, os cromossomos. Cada cromossomo é formado por uma “fileira” de genes. Os genes controlam as atividades das células e influenciam nas várias características dos seres vivos, como a altura e a cor dos olhos.
            Os genes são formados por uma substância química de nome complicado, o ácido desoxirribonucléico ou, abreviadamente, DNA.
            Pode-se dizer que os genes contêm informações, ou instruções, para comandar as atividades celulares. Eles estão localizados no núcleo da célula, que funciona como uma espécie de centro de comando.
Os tecidos
            O tecido é formado por um conjunto de células agrupadas que desempenham determinada função.
            Existe, portanto, uma divisão de trabalho entre as células, e isso torna o desempenho de suas funções mais eficiente. Por causa dessa divisão de trabalho, as células dependem muito umas das outras.
Órgãos e sistemas
            Os tecidos podem agrupar-se e formar um órgão.
            Um grupo de órgãos que trabalham em conjunto e de forma harmoniosa constitui um sistema. Exemplo: O coração, as artérias e as veias compõem o sistema circulatório (ou cardiovascular), que impulsiona o sangue e o conduz pelo corpo.

            Todos os sistemas, reunidos e trabalhando de modo coordenado, formam o organismo.

Matéria e energia
Crescimento e desenvolvimento
            Todos os seres vivos têm origem em outro ser vivo. Desde o seu aparecimento, eles se desenvolvem, crescem, se reproduzem e morrem. Essa série de mudanças constitui o ciclo vital ou ciclo da vida.
             O crescimento dos seres pluricelulares ocorre principalmente por causa do aumento do número de células. Todos nós já fomos uma única célula, a célula-ovo. Essa célula se dividiu e originou duas novas células. E cada uma delas cresceu e se dividiu em mais duas, originando 4, depois 8, 16, 32, 64...
            Essa série de divisões continuou até que o organismo estivesse formado.
            À medida que o corpo vai se formando, as células se especializam e se tornam diferentes umas das outras. Surgem então os tecidos, os órgãos e os sistemas. Até chegar ao momento em que o organismo se torna sexualmente maduro, ou seja, quando é capaz de se reproduzir.
            Para crescer e se desenvolver, o organismo retira substâncias do ambiente e as transforma. Essas transformações produzem uma série de outras substâncias usadas na construção do corpo.
            Ao comparar uma célula-ovo com o organismo já adulto, é fácil perceber que o adulto é maior e mais pesado. Durante o desenvolvimento do organismo, o número de células das plantas e dos animais aumenta, por isso eles ganham peso e altura.
            E como é possível aumentar o número de células e “construir” um ser adulto? Basicamente, com o aumento da quantidade de substâncias que alimentam as células. E essas substâncias – essa matéria – são obtidas dos alimentos.

A renovação do corpo
            A nutrição é importante não apenas para o crescimento, mas também para a renovação do organismo. Muitas substâncias e células se perdem e precisam ser repostas. O material para essa reposição também vem do alimento.

Energia para o ser vivo: a respiração celular
            Para fazer qualquer coisa, o ser humano precisa de energia. O crescimento e a renovação do corpo também necessitam de energia. Até durante o sono o corpo usa energia para se aquecer, bombear o sangue para os órgãos e produzir novas células. É o alimento que fornece a energia necessária. Nos seres vivos, essa energia é liberada no interior das células.
            Quando alguém se refere à respiração, geralmente pensa na ventilação pulmonar, ou seja, no processo em que o pulmão se enche de ar e esvazia. Porém, o processo pelo qual os seres vivos conseguem obter a energia dos alimentos é chamado de respiração celular. E, para realizá-la, a maioria dos organismos utiliza o oxigênio do ambiente.
            Mas é preciso entender melhor o que é a respiração celular. Em alguns alimentos, existe um açúcar conhecido como glicose. No interior das células, essa substância se combina com o gás oxigênio retirado do ambiente, transformando-se em gás carbônico e água. Esse processo libera energia, que passa a ser utilizada nas atividades do ser vivo.

Como as plantas se alimentam
            Os vegetais absorvem água e gás carbônico do ambiente e transformam essas substâncias em glicose. Para isso, utilizam a energia da luz do Sol. Esse processo de produção de glicose chama-se fotossíntese.
            Veja a seguir as etapas da fotossíntese:
I – A planta absorve o gás carbônico do ar e a água da terra.
II – O gás carbônico e a água são levados para as células das folhas, que contêm uma substância conhecida como clorofila, um pigmento de cor verde. A clorofila é capaz de absorver a energia da luz do Sol.
III – A energia absorvida pela clorofila é usada para transformar o gás carbônico e a água em glicose.
IV – Além da glicose, a fotossíntese produz oxigênio, que é eliminando no ambiente.
            Com a glicose formada pela fotossíntese e pelos sais minerais que a planta retira do solo, ela produz outros açúcares e substâncias, como as gorduras e as proteínas, que formam o corpo. Os açúcares, as gorduras e as proteínas são chamados de substâncias orgânicas. Essas substâncias são encontradas principalmente no corpo dos seres vivos (daí o nome orgânico, de organismo). Já a água, o gás carbônico, o oxigênio e os sais minerais são substâncias minerais, ou inorgânicas, que se encontram em grande quantidade principalmente fora dos organismos.

Seres autotróficos e seres heterotróficos
Autotrófico: seres capazes de produzir alimentos orgânicos a partir de minerais, como os seres que fazem fotossíntese.
Heterotrófico: seres que se alimentam de outros seres vivos.

Cadeia alimentar
            A cadeia alimentar é uma sequência de organismos interligados por relações de alimentação. É a maneira de expressar as relações de alimentação entre os organismos de um ecossistema, incluindo os produtores, os consumidores (herbívoros e seus predadores, os carnívoros) e os decompositores.


A reprodução assexuada
            Parte do corpo de um ser dá origem a outros seres com as mesmas características. Reprodução assexuada é, portanto, aquela que ocorre sem a união de células reprodutoras (gametas).
A reprodução sexuada
            Dois indivíduos de sexos diferentes produzem células especiais (gametas) diferentes que se unem produzindo ovos.
            Quando os dois gametas se unem, dão origem a uma única célula. A união dos gametas é chamada de fecundação, e a célula formada por essa união é a célula-ovo ou zigoto.
            O zigoto sofre uma série de divisões, que produz mais células e origina em novo ser vivo.
            A capacidade dos seres vivos de gerar seres semelhantes é chamada de hereditariedade e pode ser explicada pelos genes.
            Os genes contêm informações que influenciam e determinam muitas características do indivíduo, como a cor dos olhos ou dos cabelos ou a forma do nariz.
            As características de um organismo não dependem apenas dos genes. Elas são o resultado de uma ação conjunta entre os genes e o ambiente. O ambiente também influencia bastante na personalidade: os pais, os parentes, os amigos e tudo o que ocorre durante a vida de uma pessoa são fatores muito importantes para a sua formação.
            Quando a reprodução é sexuada, o espermatozóide carrega cromossomos com genes vindos das células do pai e o óvulo carrega cromossomos com genes vindos das células da mãe.
            Nesse caso, os filhotes gerados são semelhantes aos pais, mas não exatamente iguais a eles, porque são o resultado de uma combinação dos genes paternos com os genes maternos.
            Dizemos, então, que a reprodução sexuada origina indivíduos geneticamente diferentes e, portanto, maior variedade de indivíduos.

Os seres vivos evoluem
            Muitos organismos que desapareceram deixaram restos ou marcas nas rochas: os fósseis. Um fóssil pode se formar quando um animal, uma planta ou outro ser vivo qualquer morre e é soterrado por sedimentos antes de se decompor. O processo de decomposição das partes duras é mais lento. Por isso, os fósseis encontrados, em sua maioria, são partes duras de animais.
            Algumas vezes, as partes duras desaparecem, mas o organismo deixa uma espécie de molde no terreno.
            Estudando os fósseis, os cientistas descobriram que ao longo do tempo alguns organismos desapareceram e deram lugar a outros. Esse conjunto de transformações é chamado de evolução.

Mutações e a evolução
            Mudanças que ocorrem nas estruturas responsáveis pelas características e funções dos seres vivos; podem ser transmitidas aos descendentes. As sucessivas mutações ao longo dos tempos e a seleção do ambiente causam a evolução dos seres vivos.

Seleção natural
            A teoria proposta por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, considera o processo de seleção natural como sendo o mecanismo básico da evolução.
            Após estudos realizados, Darwin demonstrou inicialmente que as espécies são variáveis. Supôs, além disso, que em razão de uma luta pela sobrevivência, as variações nocivas eram eliminadas, enquanto as favoráveis seriam conservadas e reforçadas, graças a uma seleção natural, que determina a sobrevivência do mais apto. Assim, os seres vivos transformam-se no sentido de uma adaptação sempre melhor às suas condições de existência.
Alguns tipos de adaptação dos seres vivos
            A seleção natural age o tempo todo sobre os seres vivos. Dentro das populações, os indivíduos apresentam variações que podem conferir vantagens ou desvantagens em um determinado ambiente. Com isso, no decorrer do tempo, sobrevivem somente os indivíduos mais adaptados.
            Na luta pela sobrevivência, a defesa contra os predadores é muito importante. Nesse sentido, existem duas formas de adaptação extremamente interessantes: a camuflagem e o mimetismo.
Camuflagem: Animais que apresentam camuflagem têm características corporais que os tornam parecidos com o ambiente em que vivem, na cor ou no aspecto. Dessa forma, eles conseguem se esconder de possíveis predadores e presas.

Mimetismo: é um tipo de adaptação em que um organismo apresenta características que o deixam parecido com um indivíduo de uma espécie diferente da sua. Essa imitação pode ser da cor, da forma do corpo e até do comportamento. O mimetismo ajuda os organismos a despistarem seus predadores.

A origem da vida
Teorias sobre a origem da vida
            Acredita-se que a Terra tenha cerca de 4,5bilhões de anos e que a vida tenha surgido há cerca de 3,5 bilhões de anos.
            Antes da origem da vida, tanto a superfície como a atmosfera da Terra eram muito diferentes do que são hoje. A temperatura na superfície era muito elevada, apesar de a luz do Sol quase não atravessar a atmosfera primitiva.
            Além disso, naquela época, a Terra sofria um bombardeio constante de cometas, asteróides e raios provenientes das tempestades.
            Com o passar do tempo, a Terra se esfriou, e foi nesse cenário que devem ter surgido os primeiros seres vivos.
            Atualmente, sabemos que todos os seres vivos são formados por substâncias orgânicas, isto é, apresentam obrigatoriamente na sua composição o elemento químico carbono (C). Algumas das substâncias orgânicas que podemos encontrar nos seres vivos são: carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucléicos (componentes do material genético).
            Toda essa história da Terra é dividida em grandes intervalos de tempo, as eras, que são subdivididas em intervalos menores, os períodos.


As eras e os períodos da Terra.  (Os elementos da ilustração não estão na mesma escala.)
 
            É importante saber que vários aspectos da teoria de Oparin e Haldane sobre a origem da vida foram criticados. Novas teorias foram formuladas, e os cientistas continuam a pesquisar e a buscar provas a favor de cada uma delas ou contra. O importante é que, com as pesquisas, nosso conhecimento sobre a origem e a evolução da vida aumenta cada vez mais.
A idéia de geração espontânea
            A idéia de que a vida pode surgir da matéria sem vida é conhecida como teoria da geração espontânea ou abiogênese.
            Essa teoria mostra que a observação pode nos levar a conclusões erradas. Por isso, ao tentar explicar como alguma coisa ocorre, não é suficiente que o cientista apenas observe com cuidado a natureza. Ele deve também testar sua explicação provisória ou, como se diz em ciência, sua hipótese.
            Acredita-se que, de alguma forma, os componentes da atmosfera primitiva tenham se combinado, dando origem às substâncias orgânicas. Estas, posteriormente, sofreram transformações e formaram um primeiro ser vivo muito simples, mas que já conseguia produzir cópias de si mesmo, isto é, se reproduzir.
Panspermia – matéria-prima para a vida vinda do espaço
            A idéia de que a vida na Terra pode ter vindo do espaço (panspermia) é bem antiga e tem sido explorada em vários filmes de ficção científica. Apesar de nunca ter havido nenhuma evidência da existência de vida semelhante à nossa fora da Terra, a teoria de que as primeiras substâncias orgânicas vieram do espaço vem sendo cada vez mais aceita na comunidade científica.

Classificação dos seres vivos
Que critérios se deve usar para organizar os seres vivos?
            A seção da Biologia que cuida da classificação dos seres vivos chama-se taxonomia.
            Tradicionalmente, o ser humano classifica os seres vivos de acordo com seus interesses práticos. Por exemplo: se eles são comestíveis ou não comestíveis; se trazem benefícios ou prejuízos à humanidade; se são domésticos ou selvagens; etc.
            A taxonomia agrupa os seres vivos por semelhanças no corpo e também no funcionamento e no desenvolvimento do organismo, no modo de reprodução e até por semelhanças entre seus genes.
            As semelhanças, e também as diferenças, utilizadas na classificação biológica dos seres vivos ajudam a entender como os diversos grupos evoluíram. Essa classificação, portanto, procura mostrar as relações de parentesco entre os seres vivos.

O trabalho de Lineu
            Em meados do século XVIII, o botânico e médico sueco Carl Von Linné ou Lineu (1707-1778), que é a versão em português de Linnaeus, o nome em latim adotado por esse cienntista, criou um sistema científico de classificação dos animais usando a espécie como unidade básica. Mas Lineu, assim como muitos cientistas de sua época, acreditava que o número de espécies no mundo era fixo, ou seja, que elas não evoluíram.
            Lineu também reuniu as espécies semelhantes em um mesmo grupo, o gênero. Por exemplo, o gato doméstico e o gato selvagem europeu são espécies diferentes que pertencem ao mesmo gênero.
            Além disso, Lineu criou um sistema de nomenclatura para os seres vivos usando o latim para dar nome às espécies e aos outros grupos. O uso de um único nome facilita a comunicação entre os cientistas e evita confusões. Se não existisse essa nomenclatura, a mesma espécie receberia vários nomes, em línguas diferentes.
            A nomenclatura criada por Lineu é chamada de binominal, porque cada espécie recebe dois nomes, sempre escritos em latim ou adaptados para essa língua. Assim, a espécie humana foi chamada de Homo sapiens; a bananeira, de Musa paradisíaca; a espécie mais comum de barata é a Periplaneta americana; a de gatos domésticos é a Felis catus; etc.
            A primeira palavra do nome científico da espécie corresponde ao nome do gênero. Assim, se o gato doméstico é chamado de Felis catus, o gato selvegem europeu é Felis silvestris. Ambos pertencem ao gênero Felis, um grupo maior que reúne, além dessas duas espécies, o gato do deserto (Felis margarita) e o gato da Índia (Felis chaus), entre outras. Já a onça-pintada (Phantera onca), e o tigre (Phantera tigris) e o leão (Phantera Leo) fazem parte do gênero Phantera.
            Além disso, tanto o gênero como a espécie costumam ser destacados do texto usando-se um tipo de letra diferente, chamado de itálico, ou, quando escritos à mão, sublinhando-se os nomes desta forma: Homo sapiens, Felis catus, etc.

Os arquivos da vida
            Inicialmente, os seres vivos foram reunidos em grandes grupos chamados de reinos.
            Um reino pode ser dividido em grupos menores, chamados de filos.
            O reino dos animais está dividido em vários filos.
·                    No filo dos artrópodes, por exemplo, estão os animais que apresentam esqueleto externo rígido e pernas com articulações, ou seja, pernas dobráveis. Esse filo reúne, entre outros, baratas, aranhas, camarões, siris e lacraias.
·                    No filo dos cordados (Chordata, em latim) encontram-se os animais que possuem coluna vertebral. Nele estão incluídos o ser humano, os cães, os tubarões, os  o leão, a onça, o tigre, o gato, etc.sapos e muitos outros animais. O nome cordado vem do fato de os embriões desses animais possuírem um bastão de células na posição da coluna vertebral, chamado de corda dorsal. Na maioria dos cordados, a corda dorsal é substituída no adualto pela coluna vertebral.
            Cada filo pode ser subdividido em grupos menores, chamados de classes. Exemplos: o filo dos cordados inclui, entre outras:
·                    A classe dos anfíbios, animais como os sapos e as rãs, que passam a primeira fase da vida na água;
·                    A classe das aves, que reúne os animais com penas, como as corujas, os papagaios, os patos e as harpias;
·                    A classe dos mamíferos (Mammalia, em latim), formada por animais com pelos e glândulas mamárias, como a onça-pintada, o urso-pardo, o lobo-guará, entre outros.
            Cada classe é dividida em ordens. Na classe dos mamíferos estão, por exemplo, a ordem dos carnívoros (onças, gatos, lobos, cães, leões, etc.) e a ordem dos primatas (macacos, ser humano).
            Cada ordem é dividida em famílias. Ela inclui, entre outras:
·                    A família dos canídeos, que tem como representantes o lobo, a raposa, o cão, o coiote, etc.;
·                    A família dos felídeos, que tem como representante o leão, a onça, o tigre, o gato, etc.
            Uma família é composta de gêneros. Na família dos felídeos, estão o gato doméstico e o gato selvagem europeu, que pertencem ao gênero Felis, enquanto o leão e a onça-pintada fazem parte do gênero Phantera.

            Cada gênero pode reunir várias espécies:
·                    No gênero Phantera encontra-se a onça-pintada (Phantera onça), o leão (Phantera leo) e o tigre (Phantera tigris);
·                    O gênero Felis inclui as espécies Felis catus (gato doméstico) e Felis silvestris (gato selvagem europeu), entre outras.

Os reinos dos seres vivos
·                    Reino Monera: bactérias e cianobactérias. As cianobactérias apresentam clorofila e tem a capacidade de realizar fotossíntese.
·                    Reino Protista: protozoários e todos os seres unicelulares que possuem núcleo.
·                    Reino Fungi: fungos e cogumelos.
·                    Reino Animalia: compreende os animais.
·                    Reino Plantae: plantas. Seres autotróficos que realizam fotossíntese.

Os Vírus
Características gerais
            Vírus são partículas químicas submicroscópicas constituídas essencialmente de um material genético (DNA ou RNA) e um envoltório de proteína. Medem milionésimos de milímetros. Não foram incluídos na classificação dos seres vivos por serem seres acelulares.
            Os vírus conseguem produzir sozinhos as substâncias necessárias para sua reprodução. Eles se reproduzem usando a matéria-prima presente na célula que o hospeda. Essa característica faz com que sejam chamados de parasitas intracelulares obrigatórios. Fora das células hospedeiras, os vírus não apresentam nenhuma atividade e não se reproduzem. Sofrem mutações, isto é, alterações de seu material genético que mudam suas características.
            Os vírus parasitas de células animais, de células vegetais e até de bactérias (bacteriófagos).

Vírus, doenças e vacinas
            Os vírus sempre foram estudados em função das doenças que provocam: as viroses.
            Poucos medicamentos são eficazes no tratamento de doenças virais que afetam seres humanos. O efeito dessas drogas é tentar, de alguma forma, interromper o ciclo de reprodução dos vírus. No entanto, a maneira mais eficaz de combate às saneamento básico, dos cuidados com a saúde pública e da prevenção do ambiente.
            Outra forma de prevenção de várias doenças, inclusive as virais, é a aplicação de vacinas. Desde o momento do nascimento, há no organismo humano um sistema de defesa chamado sistema imunitário, que atua contra microrganismos invasores, como os vírus e as bactérias; porém, esse sistema não consegue nos proteger da ação de todos esses microrganismos.
            As vacinas podem ser administradas oralmente ou por injeções. Elas são capazes de preparar o organismo contra o agente causador da doença, ajudando-nos a desenvolver as defesas necessárias para isso.
            Para entendermos melhor como funcionam as vacinas, é importante conhecermos dois conceitos: antígenos e anticorpos.
            Antígenos: quaisquer substâncias estranhas a um organismo, como microrganismos, medicamentos, alimentos e toxinas, que provocam a formação de uma resposta do organismo, com a produção de anticorpos.
            Anticorpos: substâncias produzidas pelo sistema imunitário com a função de combater os antígenos presentes no organismo. Um anticorpo é específico para um determinado antígeno, isto é, ele só consegue combater um único antígeno.
            A maioria das vacinas virais é produzida a partir de vírus mortos ou enfraquecidos (antígeno). Quando esses antígenos são introduzidos em um indivíduo (ao ser vacinado), não são capazes de desenvolver a doença em questão, justamente por estarem mortos ou enfraquecidos. Entretanto eles estimulam o organismo a produzir os anticorpos para combatê-la. Com a aplicação da vacina, o corpo “aprende” a produzir os anticorpos específicos para o antígeno em questão. Dessa forma, em uma possível infecção, ele já estará preparado para se defender.
            É importante saber que as vacinas têm finalidade preventiva, isto é, protegem de doenças imunizando o organismo. Dependendo do tipo de vacina, sua ação pode perdurar toda a vida ou somente certo período de tempo, como é o caso da vacina contra a febre amarela, que garante imunidade por cerca de 10 anos.

Vírus benéficos
            Os vírus nem sempre são prejudiciais. Também há situações em que eles podem trazer benefícios.
            Um exemplo são as tulipas, flores muito valiosas no comércio. Algumas variedades exibem linhas brilhantes e coloridas em suas pétalas. O que muitos nem imaginam é que a causa dessas linhas são os vírus: ao invadirem as células dessas flores, alteram seu material genético, fazendo com que apresentem essa coloração chamativa.
            Outra maneira de utilização dos vírus de forma positiva é na cura de doenças. Como os vírus são eficientes em transferir material genético de uma célula para outra, eles podem ser utilizados para passar material genético de uma célula sadia para uma célula doente. Esse processo é chamado terapia gênica e ainda está sendo desenvolvido. Há indício de que, no futuro, alguns tipos de câncer e muitas doenças genéticas poderão ser tratados com a terapia gênica usando vírus.

Previna-se contra estas viroses
            Os vírus são parasitas de células animais, de células vegetais e até bactérias. Produzem no homem doenças chamadas viroses, como:
·                    Febre amarela (transmitida pelo mosquito Aedes aegypti)
·                    Dengue (transmitida pelo mosquito Aedes aegypti)
·                    Hidrofobia (por mordedura de cães, gatos, etc.)
·                    Poliomielite
·                    Herpes
·                    Caxumba
·                    Sarampo
·                    Rubéola
·                    Gripe
·                    AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). 

INSETOS
O que são? 

            Os insetos são animais invertebrados e fazem parte da classe insecta. Sugiram há milhões de anos. Cientistas afirmam que os primeiros surgiram há cerca de 500 milhões de anos. Atualmente, existem milhares de espécies e, entre elas, podemos destacar: borboletas, moscas, traças, abelhas, vespas, besouros, formigas e muitas outras.

Informações sobre os insetos

            Independente de sua classificação, o corpo de todos eles divide-se em três partes: cabeça, tórax e abdome. Os insetos possuem também seis pernas anexas ao tórax e, nesta região, pode haver também duas asas ou, em alguns casos, quatro delas. 
            Grande parte dos insetos possui dois olhos, formado por vários outros menores, ou olhos simples, ou seja, tem a formação de vários olhos em um só. A respiração ocorre através de pequenos orifícios (buraquinhos) em sua pele. A grande parte dos insetos apresentam antenas que lhes proporcionam um olfato muito apurado, o que lhes permite capturar de forma mais precisa às suas presas. 

Desenvolvimento

            No tocante ao seu desenvolvimento, a maioria dos insetos passa por vários estágios até chegar a fase do amadurecimento. As borboletas, por exemplo, passam por quatro fases: ovos, larvas, crisálidas e, por último, tornam-se adultas da forma como as conhecemos, com suas lindas asas coloridas e grandes. 
            Existem também, os insetos que vivem em comunidade, as formigas e as abelhas fazem parte desta categoria. Estas duas espécies são extremamente organizadas e dividas hierarquicamente (por funções). Nas colméias de abelhas, por exemplo, há a abelha rainha (responsável pela reprodução) e as operárias (que trabalham todo o tempo). 
            Outros tipos bem conhecidos são os insetos-folhas, que fazem parte da família das baratas e são encontrados facilmente nas áreas tropicais de nosso planeta. Este tipo de inseto costuma ficar imóvel durante o dia (usando a capacidade de mimetismo), saindo somente no período da noite para procurar alimentos. Entre eles, somente os machos é que possuem a capacidade de voar.
            Da mesma família, fazem parte os insetos-gravetos, que se parecem com pequenos galhos de árvore e como camuflagem, possuem em seus corpos áreas esverdeadas que lembram musgos. Este atributo os torna capaz de se misturarem com a paisagem (árvores, plantas e folhas) da região em que habitam, e, desta maneira, eles podem enganar suas presas e predadores. 

Pragas urbanas

            Muitos destes insetos tem se tornado uma praga para a população dos grandes centros urbanos. É o caso dos conhecidos cupins e das formigas que avançam dentro das casas deixando um rastro de destruição. Com as construções de cimento e concreto, cada vez mais comuns, estes insetos tiveram suas fontes de alimentação esgotadas, e a única maneira de sobreviverem foi a disputa de espaços com os seres humanos. 

Curiosidade: 

- Existe uma ciência que estuda os insetos e o nome dela é entomologia.

Artrópodes 
            Muitas vezes, não percebemos a presença daqueles animais com corpos de formas estranhas e cores variadas, que vivem ao nosso redor, voam sobre nossas cabeças ou aqueles que se locomovem próximo dos nossos pés. A maioria desses seres é formada por animais artrópodes.
            Esse grupo inclui animais como aranha, mosca, siri, lacraia, piolho-de-cobra, camarão, escorpião, abelha, entre inúmeros outros. O grupo dos artrópodes é tão bem adaptado aos diferentes ambientes que, atualmente, representa mais de 70% das espécies animais conhecidas.

Características gerais dos artrópodes 
            A principal característica que diferencia os astrópodes dos demais invertebrados são as patas articuladas. Foi essa característica que deu o nome ao grupo, pois a expressão patas articuladas vem do grego: artro, que significa "articulação", e podos, "patas".

            As patas articuladas permitem que o animal possa realizar vários movimentos diferentes, muitos deles bem definidos e elaborados. Além de uma locomoção muito eficiente, as patas articuladas apresentam outras vantagens para o animal, pois auxiliam na sua defesa e na captura de alimento. No dia-a-dia, é fácil observar nas formigas, por exemplo, a atividade que essas patas permitem.
Além das patas articuladas, outra característica importante dos artrópodes é a presença de um reforço externo: o exoesqueleto. Ele é resistente, impermeável e é constituído de sais de quitina, que é um tipo de "açúcar".
    O exoesqueleto reveste e protege o corpo desses animais de muitos perigos externos e também evita que eles percam água. É uma importante adaptação ao ambiente terrestre.
       Embora ofereça proteção, o exoesqueleto limita o tamanho do animal, pois não acompanha o crescimento do corpo. Quando esse exoesqueleto fica pequeno, ocorre a muda. Nesse fenômeno, o exoesqueleto antigo se desprende do corpo do animal e é trocado pelo novo, que já está formado.
Até se tornarem adultos, os artrópodes podem fazer essa troca várias vezes. Por isso, podemos encontrar exoesqueletos de artrópodes soltos em árvores.

Os diversos grupos de artrópodes
            Os artrópodes são subdivididos em classes de acordo com alguns critérios, como a divisão do corpo e onúmero de apêndices apresentados (por exemplo: número de patas, antenas etc.).
            Entre as classes de artrópodes, podemos citar: crustáceos, aracnídeos, quilópodes, diplópodes e insetos.
            A seguir, vamos conhecer melhor cada uma delas.

Crustáceos
            A maioria dos crustáceos é marinha, ou seja, vive nos mares e oceanos. Algumas espécies, porém, têm seu hábitat na água doce, e outras, ainda, são terrestres, como o tatuzinho-de-jardim. Podemos citar como exemplos de crustáceos mais conhecidos: Camarão, lagosta, siri, caranguejo e craca. O tamanho desses animais varia bastante de uma espécie para outra.
            O corpo dos crustáceos, é dividido em cefalotórax, parte do corpo formada por cabeça e tórax fundidos, e abdome.
            Esses animais possuem um número variável de patas (geralmente cinco pares) e dois pares de antenas. O exoesqueleto de muitos crustáceos apresenta carbonato de cálcio, uma substância que forma a carapaça dura dos siris e caranguejos.

Aracnídeos 
            A classe dos aracnídeos inclui aranhas, escorpiões e carrapatos. Algumas espécies peçonhentas de aranhas e escorpiões podem causar a morte, principalmente de crianças pequenas. O número de acidentes envolvendo o veneno desses animais é grande no Brasil.
      O corpo dos aracnídeos é dividido em cefalotórax e abdome. Esses animais têm quatro pares de patas e não possuem antenas. Apresentam um par de pedipalpos (palpos), que são apêndices sensoriais, e também um par de quelíceras, apêndices em forma de pinça.
A maioria dos aracnídeos é carnívora. Alguns desses animais são parasitas do sangue de vertebrados, como os carrapatos. A sarna ou escabiose é causada por um aracnídeo, um ácaro.
            A aranha apresenta no abdome as suas glândulas fiandeiras, que produzem os fios utilizados para construir ninhos ou tecer teias nas árvores e nos cantos onde esses animais vivem.

Quilópodes 

            Quilópode é uma palavra de origem grega que significa "aquela que tem mil patas" (quilo significa "mil", epodos "patas"). Esse grupo é representado pela lacraia e pela centopéia.
            O corpo dos quilópodes é formado por uma cabeça e muitos segmentos. Em cada um desses segmentos, existe um par de pernas. Esses animais têm um par de antenas longas na cabeça.
            Esses seres terrestres vivem na sombra, em regiões quentes e em locais bastante úmidos. São ovíparos, carnívoros e predadores. Eles possuem veneno, que é inoculo no inimigo ou na presa.

Diplópodes
            Um representante desse grupo é o piolho-de-cobra, conhecido também como embuá ou gongolo. O corpo dos diplópodes possui uma cabeça com uma par de antenas curtas e tem também vários segmentos.
Em cada segmento do seu corpo, há dois pares de pernas, daí o nome diplópodes - que vem do grego e significa "patas duplas" (disignifica "duplo", e podos, "patas").
Os diplópodes gostam de lugares escuros e terra úmida. Vivem embaixo de pedras e folhas mortas ou dentro de troncos de árvores apodrecidos. Assim como os quilópodes, eles procuram sombra e umidade.
Quando atacados, enrolam-se e liberam uma secreção que afugenta os inimigos. Os diplópodes são ovíparos, isto é, pões ovos.
Digestão
            Vários artrópodes são carnívoros, mas há também os herbívoros, que se alimentam de diferentes partes das plantas.
            O sistema digestório dos artrópodes é completo, e os resíduos alimentares, isto é, as fezes, são eliminados pelos ânus.

Circulação
            A circulação dos artrópodes é aberta, isto é, o "sangue" não circula apenas dentro dos vasos, mas banha espaços do corpo do animal. Esse "sangue" é incolor ou ligeiramente azulado e não transporta gases, apenas os nutrientes.

Respiração
            Nas diversas classes de artrópodes, o tipo de respiração varia.
            Muitos artrópodes são terrestres, como os insetos, diplópodes e quilópodes, e respiram retirando oxigênio do ambiente por estruturas denominadas traquéias.
A traquéia está ligada a fibras musculares que se contraem e estimulam o ar a entrar pelos espiráculos da traquéia.
Os artrópodes aquáticos, como os crustáceos, podem ter respiração branquial. As brânquias são estruturas que retiram oxigênio dissolvido na água para a respiração animal. Estão presentes em grande parte dos invertebrados aquáticos e nos peixes. Os microcrustáceos (crustáceos muito pequenos) fazem respiração cutânea, isto é, respiram pela pele.

Reprodução
            Na maioria dos artrópodes, o sexo são separados e a fecundação é interna, isto é, o macho lança os gametas masculinos dentro do corpo da fêmea.
            O desenvolvimento pode ser direto: os filhotes já nascem semelhantes aos pais, como é o caso de muitos aracnídeos, e portanto esses animais não passam por metamorfose.
No desenvolvimento indireto, como ocorre com grande parte dos insetos, o animal que sai do ovo passa por uma metamorfose antes de atingir a vida adulta.
metamorfose pode ser completa ou incompleta. Na metamorfose completa, o animal passa pelas fases de larva, pupa e adulto - isso ocorre, por exemplo, nas borboletas e moscas. Na metamorfose incompleta, não há a fase de larva ou a de pupa - é o que ocorre, por exemplo, com as baratas e os gafanhotos.


Bibliografia: caderno do futuro

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